Catarina A grande
Robert Massie
Editora Rocco
640 páginas
Sinopse
Autor do bestseller internacional Nicolau e Alexandra,
e da biografia ganhadora do Prêmio Pulitzer, Pedro, o Grande, o historiador e
biógrafo norte-americano Robert K. Massie retoma ao universo da Rússia czarista
que o consagrou, com o lançamento Catarina, a Grande – retrato de uma
mulher. Apontado como um dos destaques do ano pelo The New York Times,
Washington Post e outras importantes publicações, o livro ganhou o Prêmio
Pen/Jacqueline Bograd Weld de melhor biografia publicada nos Estados Unidos em
2011, recebeu resenhas elogiosas dos principais veículos de imprensa e figurou
nas mais importantes listas dos mais vendidos nos Estados Unidos.
Catarina, a Grande – Retrato de uma mulher é, antes de
tudo, a história de uma pessoa solitária, que nunca gozou de afeto e amizade e,
mesmo assim e por isso mesmo, viveu para amar e ser amada, sentimento sublimado
pela adoção da Rússia como objeto de seu amor maior, e que teve como reflexos
sua modernização – educacional e cultural – e expansão territorial, nos 34 anos
em que governou, colocando-a como uma das maiores potências europeias do século
XIX. O livro de Robert K. Massie traça um retrato da vida pessoal e pública de
Catarina, com referências às próprias memórias da imperatriz e perfis de
personagens importantes em sua vida, como a imperatriz Elizabeth, da Rússia, e
seu amante e auxiliar Gregório Potemkin.
Catarina era filha de pequenos aristocratas germânicos – o pai, militar recluso
e praticamente ausente, e a mãe, amargurada, carreirista e que nunca a amou.
Oferecida para casar, aos 16 anos, com o futuro imperador da Rússia, ela começa
então sua amarga trilha rumo à imortalidade e a um lugar no coração do povo
russo, que lhe dedicou o afeto que nunca teve na vida pessoal. Extremamente
inteligente e carismática, ela conquistou a população russa por ter feito
questão de dominar a língua de seu futuro país e ter adotado a Igreja Cristã
Ortodoxa como credo, deixando suas raízes protestantes na terra natal.
Tanta dedicação jamais foi suficiente para conquistar o
afeto do marido, um homem fraco de mente e saúde, que jamais teve por ela sequer
interesse sexual e a desafiava embriagando-se e desfilando abertamente com
inúmeras amantes na corte. A ausência de sexo e, por conseguinte, de filhos
alarmava a imperatriz Elizabeth, que não tinha herdeiros e via na união do casal
a possibilidade de perpetuar a dinastia de Pedro, o Grande, de quem era filha,
no trono. A solução não tardou a aparecer: um amante providenciou o rebento,
Paulo, primogênito de Catarina. Mas sob o julgo e poder de Elizabeth, jamais lhe
foi permitido exercer a maternidade: seu filho foi criado afastado dela e a
relação entre os dois ficou abalada para sempre.
A oportunidade de chegar ao poder acontece anos depois, quando Elizabeth falece
e o marido de Catarina sobe ao trono como Pedro III. Fraco, ele mergulha a
Rússia numa bagunça sem fim e, seis meses depois, é destituído do trono por ela,
que participa de um providencial golpe de Estado. Pedro morre misteriosamente
dias depois, prisioneiro de aliados da imperatriz e, apesar de a História
inocentá-la, Catarina tem o caráter maculado, sendo comparada a uma déspota
sanguinária, a exemplo de Ivan, o Terrível.
Paralelamente ao caos absoluto que foi sua vida pessoal,
com falta de amor e excesso de amantes – boa parte deles ocupando postos
importantes em seu reinado –, Catarina eleva a Rússia ao status de potência. Na
época em que subiu ao poder, o país era visto por seus parceiros europeus como
exótico e atrasado, como diz o autor, “semiasiático”. Durante o reinado de
Catarina, o Império Russo modernizou-se com o apoio de intelectuais iluministas
como Voltaire e Diderot, que aconselharam Catarina a investir em educação, arte
e cultura. O desenvolvimento não foi apenas cultural. Catarina alargou as
fronteiras da Rússia para o sul e para o ocidente, absorvendo a Crimeia,
Ucrânia, Bielorrússia, Lituânia e Curlândia, ao custo de conflitos bem-sucedidos
com o Império Otomano e a Primeira República da Polônia.
A biografia de Catarina, morta aos 67 anos e sucedida no
trono por seu filho Paulo, tem o ritmo de um bom thriller, com a profundidade
histórica reconhecida das obras anteriores de Massie e necessária para contar o
perfil de uma importante e polêmica figura.
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